A vida se manifesta a partir da gestação e do nascimento. Isto acontece em toda a natureza, em todas as espécies em que nós seres humanos também seguimos este movimento que é uma lei natural, pois afinal somos filhos da mãe natureza. Desta forma, para cada nascimento há uma mãe que gestou, pariu e após nutriu para que o fruto do nascimento pudesse crescer e amadurecer dando continuidade aos ciclos da vida.
Ser mãe é “ser” e não “ter”
A consciência de “ser” mãe difere profundamente do entendimento da capacidade de “ter” filhos. Ser mãe é “ser” e não “ter”, onde desta forma o comportamento materno nasce de dentro para fora, do essencial para o externo. Porém, para se desenvolver o ser mãe é necessário fazer uma avaliação, primeiramente, das crenças e dos valores que permeiam este universo, pois a cada dia mais mulheres se encontram temerosas em relação ao engravidar ou não, bem como confusas em relação ao “papel” de mãe que se confronta com outros tantos papéis que hoje as mulheres necessitam desempenhar para fazerem frente às necessidades de realização pessoal, econômicas dentre outras.
As crenças e os valores negativos que permeiam o universo feminino são os maiores responsáveis pelas dificuldades, medos, inseguranças e despreparo das mulheres em relação ao ser mãe. As crenças de que ser mulher é difícil; ser mulher é peso; ser mãe é muito complicado; exige por demais; perde-se a liberdade, dentre outras, é muito comum e afasta as mulheres da essência do universo feminino, conseqüentemente do que verdadeiramente é ser mãe. Antes do ser mãe há o ser mulher que necessita se conhecer, se compreender, se aceitar e se reconhecer a partir da valorização do “ser mulher”.
Antes do ser mãe há o ser mulher
Hoje, a facilidade de acesso às informações sobre a maternidade, sobre filhos, como lidar com o comportamento dos filhos bem como desempenhar um bom papel de mãe traz a segurança do conhecimento, porém, a dependência das informações dificulta a manifestação da sabedoria natural que existe em cada mãe para lidar com as situações deste universo.
O excesso de informações que ensinam o “faça assim”, “lide desta forma”, “cumpra esta rotina” dentre outros, acabam por dificultar o exercício desta sabedoria natural que vem do instinto feminino que é materno e que dá a condição da observação verdadeira, de sentir o que o filho necessita, de perceber o filho, de conhecer verdadeiramente o filho sem a necessidade de rotular comportamentos ou de se perder em análises intermináveis que não levam à construção do ser mãe de dentro para fora.
Penso que é necessário um equilíbrio entre o conhecimento e a sabedoria natural que é inerente ao “ser” mãe para que a mãe não se transforme em um frio manual prático para mulheres que tem filhos, pois afinal, o natural é ser mãe.
foto: Janko Ferlic
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